sábado, 21 de abril de 2012

A IGREJA E A FORNICAÇÃO



 PR JERRY ADRIANE - ESBOÇO SOBRE AS OBRAS DA CARNE


A IGREJA E FORNICACAO
 1 Coríntios 5:1-13
O apóstolo agora aborda um assunto muito delicado. Além das lamentáveis divisões, havia na igreja de Corinto um grave pecado moral que contaminava a igreja inteira, apesar de cometido por um só indivíduo (comparar com Josué 7:13). Esse “fermento” de maldade, que devia levar os coríntios à dor, à aflição e ao abatimento, não os demoveu de ser arrogantes (de sua “jactância”; v. 6). É como se um homem leproso quisesse encobrir sua doença escondendo suas chagas debaixo de roupas luxuosas. Em nome do Senhor, o apóstolo clama por sinceridade e verdade (v. 8). Ele não hesita em expor esse mal, sem tentar agradar a ninguém. Antes de qualquer serviço ou testemunho cristão, é necessário que a consciência esteja em ordem. E a santidade requer que os crentes se abstenham do mal, não somente em sua própria vida, mas que também se mantenham afastados das que vivem em pecado, mesmo daqueles que se declaram filhos de Deus (v. 11). Qual é o principal motivo pelo qual devemos guardar-nos, individual e coletivamente, de toda a comunhão e de toda a indiferença no trato com o mal? Não é nossa superioridade em relação aos outros, mas sim o infinito valor do sacrifício dAquele que expiou os nossos pecados (v. 7).
Fornicação vem de fornicis, ou fornix = abóbada, ou arco. Fornice era o arco da porta sob a qual as prostitutas romanas se exibiam. As meretrizes ficavam por lá porque, além de ligar o lugar ao sexo, a mulher romana devia, a não ser que não tivesse nem pai, nem marido, nem filho(s) do sexo masculino, sempre obediência a um homem (podiam também ser escravas). As mulheres deveriam ficar sempre dentro dos limites da casa/prédio do seu dono ou protetor - por isso, não podiam passar do arco (fornice).
No Novo Testamento, fornicação é o termo usado para traduzir a palavra grega Porneia, termo técnico que designava um matrimónio inválido. Na época de Cristo, com a multiplicidade de leis da judéia, não era raro que um matrimónio fosse invalidado por impedimento jurídico. Surgia então o problema sobre se deviam ou não separar o casal que estavam em zonah (casamento inválido, ou seja, um deles ou ambos não fossem "puros" virgem).
Por volta do Século III d.C. criou-se então o verbo "fornicare", que seria o ato de frequentar esse lugar. Temos esta palavra no português, que se originou do latim, o que significa sexo ilícito (nesse contexto), o caso é que no português, há séculos atrás por conta da igreja, tornou-se delicadamente diferente, porém vital o significado dessa palavra. O significado de sexo ilícito seria supostamente a prática de sexo antes ou fora do casamento. A palavra ilícito significa imoralidade, ou o que é contrário as leis. Naquela época, como foi-se dito antes as leis da Judéia, considerava-se ilícito a prática de sexo antes do casamento, o que não acontece nos dias de hoje; não existe na legislação brasileira nenhuma norma que proíba o sexo antes do casamento (desconsiderando obviamente crimes como estupro), ou ainda que considere inválido esse casamento, por um deles não ser mais virgem.
Segundo o Dicionário Aurélio, além de sexo ilícito; mortificação ou aborrecimento e apostasia - na época quando os hebreus mudavam de religião - também significam fornicar. Segundo o dicionário grego há porém mais um significado metafórico que seria a prática de adoração a deuses.
Referência bíblica: II Tessalonicenses 2 :3 Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição.
Os desejos sexuais não devem ser objeto de ódio ou de vergonha.  Podemos, e devemos, celebrá-los como um dom precioso.  Deus é o autor deles (Gênesis 1:27; 2:22-24) e os declarou bons (Gênesis 1:31).  O nosso Criador projetou o sexo não apenas para aumento do prazer físico e do bem-estar dos cônjuges no casamento, mas também para facilitar a expressão de seu carinhoso compromisso.  Se o sexo, feito na intimidade do casamento, pode ser puro e santo (veja Hebreus 13:4; Romanos 13:1), não devemos imaginar que o nosso desenvolvimento espiritual seja mais bem atendido se negarmos a importância dos atos físicos do amor.  O apóstolo Paulo admoesta sem rodeios aos casais:  "Não vos priveis um ao outro, salvo talvez por mútuo consentimento, por algum tempo, para vos dedicardes à oração e, novamente, vos ajuntardes, para que Satanás não vos tente por causa da incontinência" (1 Coríntios 7:5).
Lamentavelmente, todas as boas dádivas de Deus para o homem, dentre as quais o sexo, foram tristemente corrompidas.  As intimidades sexuais, tão proveitosas dentro da estrutura protetora do amor e do compromisso do casamento, podem voltar-se contra o homem de modo destrutivo, quando este permite que elas ultrapassem seus verdadeiros limites.  O Espírito Santo tem o hábito de falar desse "sexo solto" como "fornicação".  O termo em geral identifica toda perversão da capacidade sexual humana em intercurso ilícito, de natureza heterossexual, homossexual ou bestial. O adultério, o sexo antes do casamento, o incesto, a sodomia, o lesbianismo, etc. não passam de formas específicas de fornicação.
Quem pode descrever com a devida propriedade a degradação terrivelmente dolorosa da concubina levita que morreu ao segurar à porta do hóspede de seu marido, em Gibeá, após ter sido estuprada e abusada pelos homens da cidade de noite até a manhã (Juízes 19)?  Quem pode contar os lares desintegrados e os filhos abandonados, ou medir a dor e as cicatrizes profundas que brotam desses "casos" impensados em nossos dias?  E quem pode imaginar completamente os efeitos devastadores do abuso incestuoso de crianças em nossos dias?  A culpa e a autodiscriminação impiedosamente dominam a mente e destroem a paz e a alegria.  A angústia do que comete o erro e da vítima bradam lamentavelmente.
Paulo não apenas considera a fornicação um daqueles atos "manifestos" da carne, mas também o põe no topo da lista "carnal" de Gálatas 5:19-21 e raramente escreve a seus irmãos de várias regiões do mundo sem alguma admoestação especial para que a evitem (veja Romanos 13:13; Efésios 3:3-4; Colossenses 3:5; 1 Tessalonicenses 4:3).  Ele insistiu com os coríntios para que "fugissem da fornicação", explicando que "qualquer outro pecado que uma pessoa cometer é fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo" (1 Coríntios 6:18).  As intimidades sexuais fora do compromisso de amor do casamento contradizem ao propósito para o qual o corpo foi criado.  Por serem contra a natureza, não podem deixar de ter conseqüências prejudiciais sobre o homem em geral.
Na raiz desse mau uso destruidor do sexo reside a alienação do homem em relação a Deus.  Desesperadamente só, o homem busca compensar a sua perda numa busca desesperada por amor e aceitação.  O desejo sexual, agora desprovido de amor puro, torna-se uma cobiça impessoal, egoísta.  Assim, aquilo que Deus determinou ser um servo a manifestar o amor, torna-se um tirano que o suprime.  E o corpo padece da desonra enquanto isso se dá (Romanos 1:24).  Mas tenha esperança, meu amigo, há saída para os fornicadores!
A vitória sobre a fornicação (mesmo a do tipo homossexual) ocorre sobretudo no coração e na mente.  Aí se deve lutar e vencer.  A luta começa com uma profunda aceitação da responsabilidade pessoal (veja Romanos 1:21-26; 1 Coríntios 5), com um arrependimento genuíno (2 Coríntios 7:9) e com uma determinação sincera de deixar o sexo pervertido e todas as formas de perversidade e se agarrar em Deus (Atos 2:38; 17:30).
Somente com a plena reconciliação com Deus, podemos ter esperança de banir a solidão da alienação e quebrar o encanto do sexo endeusado (2 Coríntios 5:20; 1 Coríntios 6:9-11).  Com o amor e a reverência cada vez maiores por Deus, devemos lançar-nos completamente sobre a graça de Deus.  Paulo afirma:  "Andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne" (Gálatas 5:16).  Não há promessa de triunfo sobre a fornicação se for esse exclusivamente o nosso objetivo.  Essa vitória é obtida no coração disposto a realizar toda a vontade de Deus.  Aí aprendemos o amor que recebe o prazer sexual com gratidão, mas não o venera.

0 comentários:

Postar um comentário