quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Carnaval - Atrativos e perigos



Carnaval – Atrativos e Perigos

Pr. Anísio Renato de Andrade

O carnaval tem suas raízes nas festas gregas realizadas por volta do ano 600 a.C. como forma de agradecimento aos deuses pela produção agrícola, mas o nome atual e sua popularização se devem, principalmente, à iniciativa da Igreja Católica Romana, que adotou a festa no século VI d.C. como uma espécie de despedida aos prazeres da carne nos dias que antecedem à quaresma.

Nos quarenta dias de penitência, inspirados no jejum de Cristo no deserto, o católico não poderia comer carne. Por isso, realizava-se, nos 3 dias anteriores à quarta-feira de cinzas, o “carne vale”, que em latim significa “adeus à carne”. Era a oportunidade para que fosse consumida a carne e outros alimentos que, se guardados, apodreceriam durante a quaresma.
Sabendo-se que a quaresma seria um tempo de santificação para o católico, o carnaval foi adquirindo a conotação de um período de liberação nas questões morais.

Com o passar dos séculos, o aspecto religioso enfraqueceu, mas a festa continuou com folias, brincadeiras, música e dança.

As fantasias com máscaras ocultam a identidade do folião, dando-lhe certa sensação de liberdade, de modo que possa brincar sem ser reconhecido. Cria-se então a ocasião propícia para expressões que não seriam aceitas no cotidiano. Assim, tornou-se muito comum a prática de homens que se vestem de mulher e vice-versa.

No Brasil, a festa teve reforçado seu aspecto artístico com desfiles de escolas de samba e carros alegóricos. Por outro lado, agravou-se a sua erotização, com fantasias que favorecem a exposição do corpo, principalmente das mulheres. Em nosso país, o carnaval é uma indústria que movimenta milhões, principalmente como atração turística. Os governos também incentivam e patrocinam a festa por se tratar de manifestação cultural. Portanto, o dinheiro é hoje o grande combustível da máquina carnavalesca.

O carnaval adquiriu um sentido de festa libidinosa, em que a prática sexual extra-conjugal tornou-se muito comum. Tanto é assim que as autoridades públicas fazem propaganda sugerindo que os foliões usem preservativos. A festa pode parecer boa, atraente e inofensiva, mas esconde grandes perigos em função da imoralidade a ela inerente.

O carnaval sempre tem sido relacionado à alegria. Contudo, sabemos que os abusos cometidos nos dias de folia produzem grande tristeza. A alegria dura poucos dias, mas a tristeza que o pecado traz pode permanecer pelo resto da vida. A prostituição, o adultério e o homossexualismo podem destruir vidas e famílias. Muitos guardam como lembranças do carnaval as doenças venéreas adquiridas nesses dias.

Muitas festas podem ser perigosas, principalmente quando envolvem bebidas alcoólicas e drogas, mas o carnaval talvez seja a pior nesse sentido. Por não ser uma festa familiar, afasta o indivíduo, principalmente o jovem, do seu lar, colocando-o num ambiente permissivo.
Com tudo isso, consideramos que o carnaval seja uma festa imunda, imprópria para o cristão. 
Muitos têm utilizado a ocasião para o evangelismo e isto é válido, mas quem opta por esta ação deve ter o mesmo cuidado de quem trabalha à beira do abismo. O cristão não deve participar do carnaval para se divertir. Por melhor que seja sua intenção, o risco é grande. É muito difícil alguém entrar no esgoto e sair limpo. A iniciativa de se formarem escolas de samba evangélicas, utilizando-se músicas de louvor a Deus no meio da festa pagã mais nos parece uma forma de profanação. Seria como escrever o nome de Jesus dentro de um banheiro sujo.

Não dependemos de festas para sermos alegres. Jesus nos oferece a verdadeira alegria, que não acaba na quarta-feira de cinzas.

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